Vigiai
e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto,
mas a carne é fraca. Mateus 26:41.
Quando uma pessoa nasce de novo segue-se
certa euforia logo após a descoberta do que significa estar em Cristo. Entretanto,
quando a tentação surge, desaparece a euforia, e com frequência o regenerado
sucumbe. Torna-se confuso e fica imaginando como é que pode ser tentado, se
Cristo mora dentro dele. Normalmente os que são tentados ficam imaginando algo
como: “Se Cristo está em mim, como é que eu pude ser tentado daquele jeito?
Como é possível eu abrigar os pensamentos que me sobrevêm?” Devemos entender
que a tentação não é pecado. Jesus Cristo foi tentado em todas as coisas assim
como nós. Porque não temos sumo
sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele
tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Hebreus 4:15.
Jesus, o Homem perfeito, impecável,
conheceu a tentação em todas as áreas da vida, de todas as maneiras, como
ocorre conosco. Tal compreensão nos convenceria, finalmente, que ser tentado
não é pecado; entretanto, cristãos em número incontável se autocondenam porque
sentem o chamado da tentação. A avaliação exata do que é a tentação nos livrará
de estar em constante luta contra ela. O que é tentação? Tentação é apelo forte
para que voltemos às trevas. É apelo à nossa humanidade, aos nossos apetites
físicos, às reações normais de nossas emoções e racionalizações. Tiago nos
demonstra passo a passo o processo da tentação: Cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e
seduz. Tiago 1:14.
A palavra “cobiça” em geral vem
associada ao mal. Contudo, na realidade cobiça significa simplesmente “desejo
ou paixão”, que são anseios normais para a nossa carne humana. A palavra
“seduzir” sugere a ideia de “atrair com boa isca”, que é o vocabulário próprio
de caçadores e pescadores. Significa, literalmente, “enganar mediante uma isca”.
Uma vez que concebemos a cobiça, ela d´a luz o pecado que gerará a morte. Tiago 1:15 Então, a cobiça, depois de haver
concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.
Quando utilizamos palavras como
“seduzir” e “isca”, imediatamente pensamos em estímulos, excitação, em atração
na direção de algo. O âmago da tentação é que nossos desejos humanos são
atraídos fortemente na direção de algo existente no mundo. Tiago nos diz que
isto não é pecado. Só se torna pecado quando o desejo concebe, ao passarmos da
reação à decisão, a fim de perseguir com deliberação o que desejamos. Irmãos,
tudo o que há no mundo se constitui um perigo para o filho de Deus. Tiago 4:4 Infiéis, não compreendeis que a
amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo
constitui-se inimigo de Deus.
Nós não recebemos corpo ressurreto
quando Cristo vem morar em nós; continuamos a manter ainda todos os apetites
físicos normais e comuns ao gênero humano. Ainda sentimos fome, sede, atração
sexual, e sentimo-nos cansados após longo dia, exatamente como Jesus se sentia.
Se viciamos nosso organismo com drogas ou com álcool antes de termos recebido a
Cristo, não será incomum o corpo sofrer alguns retrocessos e enviar mensagens
ao cérebro solicitando alívio para as tensões, como o fazia antes. Por isso as
Escrituras nos exortam em Tito 3:3 Pois
nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de
toda sorte de paixões e prazeres.
Porém, existem muitos cristãos que usam
máscaras em todas estas áreas, fingindo que não experimentam reações diante da
vida. O fato é que tais cristãos estão entre os primeiros a desanimar-se
espiritualmente, porque a pessoa não consegue viver na irrealidade. Quando uma
pessoa deixa o Senhor, ela não tem mais prazer em se reunir como igreja, e para
se justificar, ela cria uma série de argumentos contra os irmãos, contra a
liderança e, se projeta como uma pessoa justa. Na realidade ela deixou-se levar
pela tentação na qual ela está presa. Caíram na rede da tentação! Eclesiastes 9:12b. Como os peixes que se
pescam com a rede maligna e como os passarinhos que se prendem com o laço,
assim se enlaçam também os filhos dos homens no mau tempo, quando cai de
repente sobre eles.
Todo aquele que morreu e ressuscitou com
Cristo é um com o Senhor numa perfeita união. Estando unido a Cristo, lá no
âmago de seu ser o filho de Deus já não deseja pecar; deseja andar na justiça.
Os pecadores não são tentados! Ainda estão nas trevas de seu pai, o diabo. A
tentação só ocorre nas pessoas que deixaram o mundo. Como se livre do mundo?
Encontramos a resposta em Gálatas 6:14
Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo,
pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo.
Quando vemos algumas folhas presas a um
galho de árvore durante o inverno, sabemos que essas folhas já não constituem
parte da árvore; morreram muitas semanas atrás. Mas na primavera a árvore
disporá de tudo quanto não lhe pertence, e se revestirá de novas folhas, que
são a expressão da nova vida. Colossenses
3:12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos
de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade.
Ninguém resiste à tentação mediante
força de vontade. Mas nós resistimos e a vencemos ao nos voltarmos para Cristo,
nossa vida interior. Cristo é reconhecidamente a resposta positiva aos desejos
que foram estimulados de maneira negativa. A tentação é o meio pelo qual
permitimos que Cristo viva poderosamente em nós. O filho de Deus jamais diz
“não” à tentação, mas diz “sim” a Cristo. Amém.
Assista os estudos em áudio no YOUTUBE:
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