Continuou:
Certo homem tinha dois filhos; o mais moço
deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes
repartiu os haveres. Lucas 15:11.
O Senhor contou a história do pai que
tinha dois filhos. Aparentemente,
ambos os filhos se irritavam com a disciplina que regia a administração da
fazenda. Considerava o pai um feitor de escravos, em vez de o principal sócio
da fazenda que logo mais lhes pertenceria. A atitude negativa desses filhos
cegou-os, e eles não mais enxergavam o verdadeiro coração daquele homem; coração
cheio de amor e bondade para com todos. O filho mais novo chegou-se ao pai e
pediu-lhe a parte que lhe caberia como herança. Legalmente, ele não teria acesso
à herança enquanto seu pai vivesse. Certamente a posse de uma herança não traz
a benção de Deus. A posse antecipada de
uma herança no fim não será abençoada. Provérbios 20:21.
Mas assim mesmo ele queria a sua parte.
O filho pródigo está realmente dizendo ao seu pai é o seguinte: “Não aguento
esperar até que você morra; quero meu dinheiro já!” Tais palavras produziriam
golpe profundo no coração de qualquer pai, porque ele sabia que não seria
abençoado. Mas mesmo assim o pai repartiu os haveres do filho mais moço. E,
poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra
longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente. Lucas 15:13.
A expressão “terra longínqua”
significava, aos ouvidos israelitas, lugar bem longe do povo da aliança, entre
os gentios. Estes eram desprezados e odiados pelos fariseus; por isso, já
teriam julgado aquele jovem como não tendo a mínima esperança de salvação. Nas
terras longínquas o dinheiro foi rapidamente desbaratado numa vida iníqua. E
por infeliz coincidência, quando o rapaz percebeu que não tinha mais nenhum
centavo, sobreveio grande fome àquela terra. Ei-lo agora miserável e morrendo
de fome, à procura de emprego numa fazenda como guardador de porcos. Para o
judeu, isto era o cúmulo da desonra, o ponto mais baixo a que poderia chegar
uma pessoa. A lei levítica descrevia o porco como animal impuro e detestável.
Tocar um porco, ou comê-lo, era a mesma coisa que participar de sua impureza, e
tornar-se tão detestável quanto o próprio animal. Também
o porco, porque tem unhas fendidas e o casco dividido, mas não rumina; este vos
será imundo; da sua carne não
comereis, nem tocareis no seu cadáver. Estes vos serão imundos. Levítico 11:7-8.
A pessoa que tocasse em porcos não mais
seria recebida entre o povo da aliança. Porém um dia, ao contemplar seus
farrapos e a imundícia em que estava, lembrou-se de algo a respeito de seu pai.
Não parecia grande coisa, mas ele se lembrou de que o velho cuidava muito bem
de seus empregados. Ele
decidiu, então, ir a seu pai e pedir-lhe que fosse considerado como um de seus
empregados. Antes, ensaiou o que iria dizer. Diria simplesmente que havia
pecado contra Deus e contra seu pai, e pediria para ser considerado como um
empregado diarista. Não
fez promessas, não pediu uma segunda oportunidade para voltar a ser filho; ele
simplesmente agiu segundo sua lembrança da bondade paterna no cuidado dos
diaristas contratados. Então, caindo em
si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui
morro de fome! Lucas 15:17.
Por outro lado o seu pai aguardava a
volta do filho, e diariamente examinava a estrada. No momento em que o filho
surgiu no horizonte, o pai o viu. Não esperou que o moço chegasse em casa, mas
correu a encontrar-se com ele, atirou os braços ao redor do corpo emagrecido
que cheirava a porcos. E, levantando-se,
foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e,
compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. Lucas 15:20.
O amor do pai pelo filho era maior do
que tudo quanto este fizera de ruim. Preocupava lhe o sofrimento pelo qual o
filho poderia estar passando onde quer que estivesse, e apenas desejava tê-lo
de volta em casa. Após
abraçá-lo e beijá-lo, recusou-se a ouvir o filho pedir que fosse considerado um
trabalhador diarista. Em vez disso, vestiu-o com o melhor trajo, calçou-lhe os
pés com sandálias e colocou-lhe no dedo um anel! Em seguida, conduziu-o de
volta à casa, para um banquete comemorativo de sua reinstalação na família,
como filho. O pai, porém,
disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um
anel no dedo e sandálias nos pés. Lucas 15:22.
A nossa posição de filhos nunca pode ser
mudada. Nós nunca vamos nos tornar trabalhadores, porque nós somos filhos.
Quando o filho retornou o pai mandou matar o novilho, ou seja, ele é o pai que
dá e dá e dá. Aquele novilho é uma figura do sacrifício de Cristo. Marcos 10:45 Pois o próprio Filho do Homem
não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por
muitos.
O filho não poderia ter mais nenhuma
herança, porque ele gastou toda ela, mas o pai manda por um anel no dedo, que
significa a herança da graça. Esse anel significa que o filho ainda é o seu
herdeiro e agora de uma maneira muito maior, porque agora o filho viu e
compreende quem é o pai. Mas o pai manda trazer sandálias para seus pés. Por
quê? Porque somente os filhos usavam sandálias e não trabalhadores. Então agora
o filho compreendeu que o seu pai o amava incondicionalmente. A lição que fica
para nós é: Deus ama as piores pessoas, aquelas carregadas de problemas, que já
não têm mais esperança. Deus não condena as pessoas pelos seus pecados,
acusando-as sem piedade; em vez disso, ele abraça essas pessoas que ainda
cheiram a porcos, ele as perdoa e as beija. Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos
chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o
mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo. 1 João 3:1. Amém.
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